Um Gesto...Infinitas Possibilidades!
É verdade que temos uma enorme
responsabilidade sobre nossos gestos e, por outro lado, não temos a menor ideia
das inúmeras possibilidades que cada gesto pode criar. Aqui falo de coisas
boas, construtivas, agregadoras, impulsionadoras.
Faz oito anos quando fomos à praia,
eu e Pedro - meu filho, com Carol, Jeffer e Bia. Era um lindo dia de verão e
Jeffer, surfista talentoso e amante dos esportes aquáticos, resolveu dar uma “aulinha
de surf” para Pedro. ”Pedro leva jeito, Beth”. Lembro desse comentário de Jeffer,
quando saíram da água. Simples assim... Um mês depois, aniversário de Pedro,
eis que chega a nossa casa esta família querida com uma, advinhem, prancha de
surf para incentivar o aniversariante a mergulhar, literalmente, no mundo do
surf.
Quem diria, aquele presente, fruto
de um olhar diferenciado e um gesto carinhoso de nossos amigos paulistas, foi a
borboleta que bateu asas no Oriente e gerou grandes mudanças no Ocidente. A partir
daquele dia, Pedro iniciou suas aulas de surf e um movimento de “esporte é vida” se
instalou em nossa família. Marcílio, meu marido, resolveu também começar a
surfar, sonho antigo da época da adolescência, nunca posto em prática. Meu
cunhado Marcelo, surfista “aposentado”, voltou às ondas, assim como outros
amigos “coroas”. Pedro também incentivou a ala jovem, trazendo para as águas de
Yemanjá vários amigos pré-adolescentes: Mateus, Zé, Vitor, Daniel, Joãozinho e
outros.
Agora a aula de surf era uma
verdadeira tribo! Mahalo, Bilabong viraram marca de roupa no armário; Canal Off
para acompanhar os campeonatos na tv, Mineirinho, Kery Slater, Medina, nomes de
ídolos e referências na técnica. Os “coroas” viraram a turma master com categoria
específica nos campeonatos da escolinha de surf. O movimento não parou por aí. Alguns
desses foram fazer surf internacional em El Salvador.
Um belo dia de 2009, Pedro argumenta
com Marcílio que seria ótimo terem um espaço em Itacimirim, a praia onde
costumam surfar, para alojar as pranchas depois das aulas e poder curtir o
fim-de-semana na Estrada do Coco, sem a canseira da volta depois de horas na
água. Mais uma vez o movimento se fez presente e, alguns dias depois, Marcílio e
Marcelo estavam negociando um terreno pertinho da praia para construir um village.
Não um village qualquer, o “village dos surfistas”, dos amantes de esportes
aquáticos, pois os amigos surfistas foram convidados a fazer parte desse
recanto paradisíaco.
Hoje, passados seis anos, O Recanto Isla
Margarita é o símbolo daquela prancha de surf que foi dada a Pedro em 2007. Aquela
prancha que se tornou a representação da beleza dos nossos gestos, do convite
ao olhar que observa o outro e descobre talento, do poder de agregar pessoas em
torno de um prazer comum, de trazer o esporte para dar leveza ao cotidiano. Aquela
prancha que hoje me inspira a contar esta história da nossa família como forma
de agradecer aos nossos amigos Jeffer, Carol e Bia.
Obrigado amigos por aquele dia lindo
de sol no verão de 2007! Que novos lindos gestos de amor possam deixar nosso
mundo cada vez melhor!